Volta e meia a gente é tomado por algumas sensações nostálgicas. Algumas boas. Algumas ruins. Algumas que contém um tanto bom e um tanto ruim. Como sempre, depende do ponto de vista. Ou da época que estamos quando observamos algumas coisas do nosso passado.
E também da época em que estamos. Tudo é relativo. Não é frase de efeito para causar impacto. É a realidade. Exemplifico assim: tivemos um relacionamento que não deu certo. E estamos em um relacionamento que está dando mais errado ainda. Quando olhamos pra trás, para aquele primeiro relacionamento, ele parece 'menos pior' do que o atual. É que vamos ficando velhos, e enquanto não temos o primeiro casamento e os filhos, a gente dá a vida para o relacionamento dar certo. E talvez, aqueles relacionamentos anteriores mereceriam uma chance maior...
Não que isso seja uma regra. Mas com certeza em algum momento da vida todo mundo já pensou assim. Porque a vida é momento, como eu já disse e sempre disse. E continuo dizendo.
E quando as coisas não estão bem certas, ou quando o momento não é bem certo, as coisas voltam. E as questões retornam. Quem tem um mínimo de inteligência sempre vai se questionar. E isso não é uma coisa ruim. É extremamente importante checarmos a nossa vida. Para modificarmos atitudes que mereçam modificação. Ou mantermos atitudes que nos satisfazem.
O complicado é fazer as escolhas. Elas exigem o nome delas. Uma escolha. E uma escolha implica em uma renúncia. E escolher algo em detrimento de outro algo pode significar muita coisa. Se é comer um brigadeirinho ou não comer porque eu estou desenvolvendo uma barriga que só vai sair com lipo, tudo bem. Eu já estou esperando o doutor. Mas as escolhas mais intensas são muito mais complexas. E complexidade é muuuuuuuuuuuuuuuuuuito chato. Porque a gente vai conviver com o "e se...". E não é aquele "e se" da escolha medrosa. O "e se" da escolha medrosa é fácil. A gente tem que ir lá e fazer. Quando é o "e se..." da escolha não medrosa, é foda. Desculpem, mas não tem palavra melhor do que foda. Porque existem ganhos seguros e controlados em uma escolha. E ganhos inseguros e incomensuráveis na outra escolha. Inclusive perdas. Nas duas escolhas. Mas os ganhos e as perdas são um enigma.
Como ter certeza do futuro? Será que o meu destino está escrito ou sou eu quem faz? Se sou eu quem faz, e se eu sinto que uma coisa está muito certa, apesar de eu ter dúvidas sobre ela, é certo continuar nela? Ou é certo ir atrás de um impulso interno forte que demandará uma mudança drástica na vida? E que te jogará num lugar totalmente fora da zona de conforto?
A maldita zona de conforto. O ser humano não tem esse ímpeto de ir buscar coisas fora da zona de conforto. A não ser que ele realmente não tenha nada a perder. Concordo que só existimos e evoluímos por causa dessa característica maldita. Se o homem das cavernas fosse atrás dos bichos que ele tivesse dúvida em relação ao sucesso da empreitada, nós não estaríamos aqui. O capitão caverna tinha um plano. Tinha uma estratégia. E tinha o histórico dos antecessores dele. Ele só ia enfrentar o mamute se ele soubesse que daquele jeito ele teria uma chance razoável de sucesso.
"Mas o primeiro capitão caverna não tinha essa estatística" alguns me diriam. E eu responderia: Justamente. Os primeiros foram essenciais. Mas eles foram poucos na história do mundo. Hoje em dia qualquer um sabe como a eletricidade funciona. Mas Benjamin Franklin quase morreu tomando choque com o raio. E Thomas Edison dedicou a vida dele à essa invenção. Quem de nós quer chegar nesse nível de pioneirismo e dedicação? Ninguém. Porque a gente é muito egoísta.
A gente só quer saber da nossa vida. E a Ivete fica ali, cantando "e aí, chupa toda". E mete que "o amor me chamou de flor e disse que eu era alguém pra vida inteira". E eu vou fazer o que? Ivete desgraçada.