totalmente pessoal e intransferível. é meu pra mim. get out.
pessoal. não sei se vocês perceberam. e também não me interessa muito saber se vocês perceberam. eu percebi e estou orgulhoso de mim. eu mudei. mudei pra caralho. nesse ano. na idade média da minha vida. eu ia deixar pro fim do ano essa retrospectiva. mas eu me conheço. se deixar pro fim do ano, eu não vou fazer. porque eu sou de momento. e quando o momento passa, não há santo no mundo que faça voltar ao que já foi. então o momento é agora. e vai.
o ano começou bem. no 1 dia. no fim do 1 dia, já havia mostras de que seria bem complicado. no 2 dia, eu bati o carro. bateram em mim. aquela menina mentirosa. mentirosa e asquerosa. ela estava bêbada e virou pra direita e mudou de idéia no meio do caminho e eu dei na lateral dela. muito complicado. enfim. passou. após isso, logo após isso, houve uma quebra na minha vida. e eu preciso falar sobre isso agora. e eu vou falar sobre isso agora. eu sou uma pessoa definitiva. sou uma pessoa extremamente intransigente nas minhas questões pessoais. é algo que eu gostaria de mudar. (pequeno parêntese. acabei de conseguir levantar a tela do maldito monitor. isso vai melhorar a minha vida em uns 3%. comemorem comigo.) mas eu ainda não mudei. e eu tenho algumas regras simplórias na minha vida.
- não mentir
- não usar os outros
- não fazer para o outro o que eu não gostaria que fizessem pra mim.
- não agir levianamente.
creio que são as regras mais fáceis de entender do mundo. nem sempre é fácil de seguir. muitas vezes, vai te custar muito caro. mas vai valer a pena. porque tu vai estabelecer a tua cabeça no travesseiro, e ela vai estar leve. só que é difícil, porque não são regras mundiais. aliás, é bem complicado achar pessoas que pensem assim. mas tudo bem, eu não quero ter relações de amizade ou qualquer outro tipo de relação com o mundo todo. mas sim com as pessoas que fazem parte da minha exígua paisagem humana. e quando eu considero que elas não cumpriram com alguma dessas regras, a minha reação é uma e tão somente uma. alguns me chamam de radical. de cabeça-dura. de um monte de coisa feia. mas, por enquanto, esse ainda sou eu. e o ano se seguiu. naquela coisa toda. e foi indo. e eu fui me afundando. e eu não percebia isso. e não conseguia respirar. e foi tomando conta de mim. e quando eu vi, estava atolado até o último fio de cabelo. um dos piores momentos que eu lembro. comparado ao exato momento que eu pisei em um prego uma vez, quando eu desloquei o ombro jogando futEbol de salão e quando eu fui de cueca para a aula. e a pessoa que estava mais próxima a mim no momento, fez que nem os macaquinhos-prego africanos de madagascar: cagou na mão e atirou em mim. de novo, o ser humano se mostrando na sua magnitude. oquei. não vivo a vida esperando que todos ajam comigo da forma que eu agiria com eles. mas não posso deixar de me chocar. e não querer isso para minha vida. só que era bem óbvio. isso que mais me afetou. é que estava no meu nariz. e eu atolado no poço de depressão, não tive a perspicácia. quando eu perdi a perspicácia, eu disse: eu vou parar. e estava eu. lá. debaixo do mau tempo. tomando uma sova da vida. lembro inclusive que no pior momento, eu recorri a uma pessoa que eu tinha como moradora do meu coração. e ela me disse não. ali. exatamente ali eu vi. quem vale mesmo é a nossa família. mesmo que a gente brigue, tenha restrições. critique. deteste. enfim. apesar de tudo, eles sempre vão estar ali. porque há uma ligação que só há com eles. sangue. isso é irracional. vem desde que éramos salamandras do jarau. claro que existem alguns pouquíssimos amigos e amigas próximos que a gente pode contar. mas eu exemplifico com o meu caso. eu estava ali, no momento precisado. e surgiram na minha mente seis pessoas. três eu tinha certeza absoluta que iriam. na realidade, quatro. mas dessas quatro, três teriam alguma dificuldade para chegar rapidamente. e sobrou uma. que eu confiava totalmente. e ela me pedalou. eu lembro que até achei engraçado, e veio na minha mente uma música clássica de uma banda que anda meio sumida, The Hives. o nome singelo da música é I Hate To Say I Told You So (eu odeio dizer eu te avisei, eu te disse...). eu achoainda, porque eu sou um esperançoso, que aquelas outras três pessoas iriam. e acho que sim. inclusive comentei com elas na época, e todas me afirmaram. e eu acredito nelas. mas...
nesse ponto, eu olhei pra trás, olhei pra mim e olhei pra frente e vi que era o momento crucial. era a escolha. puxo a cordinha e desço do trem ou vou pra cima deles tudo e vou brigar pelo meu lugar sentado na janelinha da primeira classe? eu escolhi a segunda opção. e foi difícil. eu estava embaixo da sola do sapato do praga, o auxiliar de palco anão da xuxa, que se vestia de tartaruga. no caso então, embaixo do casco. foi uma longa recuperação. dolorosa. complicada. me apoiei na farmacologia. deixei de lado uma série de coisas que eu acreditava e teimava. e evoluí. creci. aprendi. aprendi a não ser tão cabeça-dura. aprendi a aprender. humildade. reconheci que as vezes, até eu preciso pedir o penico. dei mais valor ao que eu não prestava atenção. dei menos valor ao que não me acrescentava. mudei. pra caralho. amadureci. sério, esse ano, eu cresci uns 7866430 anos.
eu estou muito menos paciente para pessoas chatas. para coisas chatas. não perco meu tempo com o que não me acrescenta. com quem não me acrescenta. eu estou olhando pra frente. pra trás, só veio o que me faz bem. quem me faz bem. as coisas que eu gosto. eu faço musculação há mais de 12 anos, com algumas interrupções. a última, havia sido há 10 anos, que eu parei quase um ano inteiro. após essa, nunca passaram de no máximo dois meses de interrupção. e foram três vezes somente. esse ano, eu parei dois meses inteiros. e acoxambrei outros três. há três meses agora eu voltei a me puxar de verdade. me está sendo cobrada essa parada. a carcaça tá castigada. mas não tá morto quem peleia. e o brilho já vem vindo. vai ser um verão bala. eu literalmente renasci. eu vim do inferno. eu não estou 100%, eu sei. ainda existe uma boa subida na escada, mas eu já passei da metade. eu não tinha vontade de sair de casa. de fazer nada. de ver televisão. só queria dormir e dormir e dormir. perdi 10 quilos. fiquei um horror. e agora, estou explodindo de novo. mas diferente. ainda bem.
com certeza, passarei por outros momentos tão difíceis e até mais difíceis. mas tudo passa. tudo passa. só precisamos tentar. e nos esforçar. nada é definitivo. as coisas são efêmeras. aproveitar o momento. filosofia de revista de auto-ajuda. se auto-ajuda funcionasse, a sociedade não estaria afundada nesse esgoto que está. mas enfim. fica a dica. se eu saí do que eu saí, eu posso sair de qualquer coisa. 2007. a idade média da minha vida. segundo a história, vem o iluminismo. me da a minha lanterna. é minha. e levanta desse lugar. eu quero ir na janela. na primeira classe. porque eu posso. eu sou tão legal que se eu não fosse eu, eu seria o meu melhor amigo.
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2 comentários:
muito bom o seu blog! prazer!
Será q tem uma lanterna pra mim tb hein!?!?
Beijo
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