sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Renascer.

Nossa, eu estava há horas querendo revisitar o meu abandonado blogue, pra ver onde eu havia parado e retomar alguns pensamentos. E não é que sempre que eu preciso escrever é sobre a mesma ladainha? Por isso (e por outros motivos também) resolvi seguir em outra direção. Novos rumos, novos horizontes.

Eu reclamo demais. Eu toco o dedo na ferida. Eu sou chato. Eu volto e revolto sobre as mesmas coisas. No final das contas, é a estupidez humana. Mas me dei conta que as pessoas não querem ser xingadas. Elas não querem mudar. Elas não querem ser melhores. Elas querem é se divertir de uma maneira medíocre e estabelecida. E não precisam de mim dizendo que elas são patéticas e pouco empenhadas em fazer dessa pocilga que chamamos de mundo um lugar um pouco melhor pra nós mesmos e com um período possível de habitação maior do que 100 anos.

É fato, do jeito que vai, em 200 anos não vai sobrar nada. Se buscarmos a história da terra, normalmente as espécies dominantes se estabeleciam por um tempo, acontecia alguma coisa e tava pelada a coruja. Menos de 5% das espécies que já existiram ainda existem. E 5% é uma benesse da minha parte, só porque eu não estou a fim de buscar a fonte. Mas é numa revista Planeta dos últimos meses. Só que os seres vivos dominantes do passado, dominaram em média uns 100 milhões de anos. O humano, depois de se desvincular do chimpanzé, não existe há 2 milhões. É 1 e pouco. E diferentemente dos outros, ele vai se auto-exterminar.

A singela diferença é que os animais seguiam a lei da natureza. Procriavam, caçavam, consumiam água e sobreviviam. Não precisavam de aipod, aifone e outros quetais. Não precisavam de carros super potentes que poluem e desperdiçam gasolina. Não precisavam de nada mais do que o necessário para sobreviver. E é nisso que o mundo vai acabar. Pra manter esse consumismo, capitalismo e mordomias e facilidades, estamos literalmente torrando o meio ambiente.

Uns vários milhões de anos após a destruição que estamos causando, outras formas de vida irão surgir e novamente habitar o planeta. A natureza é sábia. O humano não.

Me digam o que acham de pessoas que discutem, torcem, brigam e matam pelo futebol. Torcem pra uma coisa abstrata, que é formada por pessoas que estão lá para usufruir do dinheiro e do status. Administram uma empresa que não precisa prestar contas pra ninguém nem pra nada, que se precisar, eles saem e não voltam, e nada acontece. Torcem para atletas que só querem saber do dinheiro e da fama. E aí o ser humano normal, burro, vai lá, dá dinheiro (e quantias consideráveis), briga com os outros, discute com amigos e colegas, xinga, bate, briga, fica acéfalo. Enquanto os nosso governantes chafurdam em sujeira, roubalheira, assassinatos, descaso com a vida humana, incompetência, mentira e tudo de ruim que existe. E ninguém faz nada. No futebol brigam, exigem, enloquecem. Na política observam, reclamam mas não fazem absolutamente nada pra mudar. E inclusive votam nas mesmas criaturas. Ou votam em criaturas porque narram jogo de futebol, porque dão a previsão do tempo de uma forma engraçadinha ou porque adotam algum comportamento ridículo e bizarro.

Sabe, é demais pra minha cabeça. Mas antes tarde do que nunca. Eu entendi. O ser humano não quer nada difícil. Ele quer coisas mastigadas e prontas, que não exija nenhum esforço mental. Ele não quer ser chamado de burro, apesar de ser. Ele quer novela. Quer o Jornal Nacional, que é um bando de notícia tendenciosa, que só mostra o que é bom mostrar. O que interessa mostrar. Ou quer um bando de idiota confinados num prostíbulo, agindo como debeis mentais. Quer futebol, o coringão contra o mengo. Quer o grêmio, do honesto deputado investigado. Do presidente que também é presidente da câmara dos deputados. Só gente honesta. Ou do inter do presidente que faleceu recentemente, e que teve um enriquecimento astronômico. Dos jogadores que cheiram cocaína como bebem cerveja. Da novela que pega um tema imbecil e mostra uma coisa totalmente fora da real verdade, e mesmo assim as pessoas assistem, torcem e usam as roupas, falam as gírias...

As pessoas querem amor. Final feliz. Sexo, mas não muito explícito, porque o que vão pensar de mim? Querem isso porque na vida medíocre delas, não têm. E não é culpa delas, é da evolução mesmo. Temos uma mente que pensa, sente e raciocina, mas não temos 1% da capacidade necessária para utilizar isso de uma forma decente.

Mas como eu digo, as pessoas não querem ler isso. Elas querem é coisa boa e bonita. E é por isso que eu estou mudando de foco. Vou escrever sobre coisas pitorescas da vida. Coisas bobinhas. Coisas que eu considero chatas, mas que as pessoas gostam. Aliás, vocês são chatos pra caralho, hein? É sempre a mesma cachaça. Que saco. Um dia ainda vou me cercar só de pessoas que não seguem um roteiro definido. Pra não jogar no ralo uma vida que não tem nenhum roteiro ou plano. Infelizmente, religiões são bengalas para as pessoas se arrastarem. Não tem nenhuma regra, não tem certo e errado, ninguém nos julga por nada. Ninguém em outro plano. Só devemos satisfação para as pessoas que convivemos. E é essa a minha regra. Enfim.

De vez em quando voltarei a reclamar. Mas escondido. De agora em diante é café com leite. É novela das 7. É Martha Medeiros. Porque no final das contas não dá pra remar contra a maré. E como dizia o incomparável Januário de Oliveira: "É disso, é disso que o povo gosta... Addison!"