quinta-feira, 30 de agosto de 2007

apesar da minha melancolia, minha propensão para o pessimismo, e principalmente pela minha visão desesperançosa da vida, eu no fundo, bem no fundo, acredito. acredito nas coisas. acredito nas mudanças. acredito nas pessoas. acredito no futuro. acredito na bondade. acredito no amor. acredito em tudo. em algum momento da minha existência, eu quis deixar de acreditar. porque para cada motivo que me levava a acreditar, aconteciam vinte que me faziam querer parar de acreditar. e contra fatos, não há argumentos. e mesmo assim, eu nunca quis deixar de acreditar. porque quando eu deixasse de acreditar, eu não teria mais vontade de existir.
em algum momento, eu desenvolvi a teoria da expectativa. ela consiste basicamente em ter expectativas baixas para tudo, porque se não desse certo ou não fosse bom, eu não sofreria reversão de expectativa. e se desse certo ou fosse bom, seria melhor ainda. mas eu levei ela muito a sério. e me perdi. me perdi dentro de um mar de desilusão. numa imensidão de amargura. numa sopa de melancolia. possivelmente em vários momentos eu inclusive torci para as coisas darem errado, apenas para confirmar minha teoria. pois afinal de contas, os fatos vencem os argumentos.
e exatamente nesse momento, eu me tornei isso que eu sou. um pessimista. e é tudo muito intrincado. isso me leva a pensar negativamente. pensar negativamente me deixa mal. mentalmente e fisicamente. e de alguma forma, acaba sabotando o que a pessoa faz ou deixa de fazer. não é o fim do mundo. mas aproxima dele.
na continuidade desse momento, um outro momento bateu forte. pegou firme. e a desilusão tomou conta. a desesperança também. a vontade já havia corrido pra longe. e tudo se confirmava. a minha teoria estava certa. tudo dá errado. e não havia sentido para tentar. eu estava certo. mas não valia a pena. e preferia estar errado.
e em uma aula, numa tarde fria de agosto... uma aula despretensiosa. daquelas que eu estou presente em corpo, mas a mente já saiu flutuando há horas, uma frase criou outro momento.
"um psicólogo sem esperança tem que procurar outra coisa para fazer."
e eu fiquei pensando nisso. e concordei. e é a pura verdade. não só para psicólogos. mas para a humanidade. uma pessoa sem esperança não tem motivos para viver.
como eu vou convencer alguém a melhorar, se eu não acredito na mudança? como eu vou convencer alguém a ter um relacionamento se eu não acredito no amor? como eu vou convencer alguém a evoluir se eu não acredito em superação? e me deu o plim plim, aquele da rede glóbulo.
um dia eu acreditava. e muito. e isso não morreu. apenas encolheu.
eu acredito nas coisas. no fundo. nesse fundo. há esperança. mesmo que pequena. há chances. há vida. mas é preciso buscá-las. é preciso prová-las.
eu quero.
o que não significa que eu vá me tornar o profeta da felicidade. esse é o Gustavo Scalco.

Um comentário:

Anônimo disse...

Você não é único.
O pessimismo é foda, mas como voce disse pensar negativamente é uma atitude que te afunda cada vez mais...
Sei lá, a solução que eu encontrei é me fazer o que me deixa feliz ou que de alguma forma me satisfaz... e ter fé no futuro. sem me encanar muito com ser alegre obrigatoriamente. Não sei se isso é comum, mas tinha o costume de arcar com toda responsabilidade dos meus desenganos...Acho que a pior coisa é se cobrar excessivamente e comparar sua vida com a dos outros...isso sempre deu merda comigo,huahha..
flw..!