domingo, 30 de setembro de 2007

eu já quis ser muitas pessoas nessa vida. no campo da ficção humorística, obviamente. já quis ser o Rambo, já quis ser o exterminador do futuro, outro dia eu queria ser o cumpádi Washington, porque uma pessoa que chama as mulheres de ordinária e não é processado nem agredido, é ídolo demais. já quis ser o Tiririca. esse é praticamente um deus. ultimamente eu queria ser o Januário de Oliveira. um narrador carioca dos anos 80 e 90. creio eu que ele ainda esteja vivo. até farei uma rápida pesquisa wikipediana.
pois então. inclusive após essa pesquisa, voltei com novos fatos e idéias. que se seguem. primeiro tenho que falar sobre a internet. mas coisa rápida. ela se presta para qualquer coisa. o que tem de gente tosca falando merda sem nenhum fundamento e embasamento, não tá no gibi. eu falo merda. mas pelo menos tento me inteirar dos assuntos. ou falo de coisas que eu tenha algum domínio. se eu fosse uma pessoa mais rasteira, me contentaria com as primeiras referências achadas sobre esse colosso da narração esportiva. que diziam que ele estaria supostamente morto. pesquisando um pouquinho mais, fui descobrir, na página do estúpido Milton Neves, que o nosso enorme Januário de Oliveira está vivo. e muito vivo. inclusive choquei-me com a seguinte informação: ele é gaúcho. de alegrete. quanta coisa alegrete nos proporcionou nessa vida. mas isso é um assunto interno e particular, que ninguém conseguiria desvendar o teor desse meu comentário. talvez 2 pessoas nesse mundo. e uma delas com certeza não lê isso aqui. enfim. ele era ídolo. como eu falo no meu atual about me, quantas clássicas transmissões de voltaço x fogão em plena quinta feira a noite? ele narrava, com seus bordões fantásticos. "tá lá mais um corpo estendido no chão; crueeeeeeeel, muuuuuuuito cruel! sinistro, muito sinistro.... porque ele sabe que é disso... é disso que o povo gosta. Addison, o que é que só você viu!" nossa. isso é muito nostálgico. do tempo que eu era feliz e tinha uma vaga noção disso. não haviam cobranças, não haviam necessidades imediatas, não havia pressões internas... as minhas relações se limitavam ao colégio, aos vizinhos e a família. e eram fáceis relações. meu coração ainda inexistia. exceto por uma professora da terceira série e uma coleguinha de aula. que nunca me quis. e uma outra. que me quis. e uma vizinha minha. que também me quis. quando eu não queria. depois eu quis. e ela não quis. mas eventualmente nos acertamos. e era simples. e eu não ficava pensando em que estratégia utilizar. ah... bons tempos... hoje em dia eu também não penso mais. e tento simplificar. mas não é assim, né? nunca é. tudo é um jogo. alguém perde, alguém ganha. ironicamente, por pensar parecido, por agir parecido e por perceber o mundo assim, eu vislumbrei a humanidade exatamente como no seriado Seinfeld. ironicamente, porque é baseado em sarcasmos e ironias. e por ser um seriado. mas que retrata muitas coisas da vida exatamente como elas são. mas não deveria. não deveria ser um jogo. não deveria ter um perdedor. mas tem. sempre tem. e~por isso eu não jogo mais. porque é algo inútil. mesmo quando se ganha, se perde. porque o sentido não é ganhar. o sentido é viver. o sentido é sentir. e quando o embotamento domina, não há o que fazer. apenas esperar. sentado na calçada de canudo e canequinha. tublec tublim. e esperar que a vida volte a circular nas veias. e as sensações voltem a fazer parte dessa mesma vida. as cores voltem a figurar na córnea. e não seja esse cenário cinza. ou de tons pastéis. que eu não sei exatamente como são, mas sempre quis usar isso numa frase para causar impacto. ou usar a highway para causar impacto, seja o que diabos vestidos de prada o Humberto Gessinger quis dizer com isso. mas entender as metáforas dele nunca foi bolinho. o que não desmerece outras, que são excelentes. inclusive eu penso em algumas músicas dele recorrentemente. perfeita simetria. toda vez que toca o telefone. toda noite de insônia. escrever uma carta definitiva. pois é. mesmo um relógio quebrado está certo duas vezes por dia. essa é a visão otimista. que é a visão exigida. e é a visão utilizada atualmente. porque eu acredito. eu tenho fé. eu tenho sentido. eu quero sentido. eu faço sentido. Frankl. por um sentido na vida. produção de algo significativo. relação significativa. projeto ou sonho significativo. por enquanto, nenhuma produção de absolutamente nada so far. por enquanto, nenhuma relação significativa com absolutamente ninguém so far. e por enquanto, nenhum projeto ou sonho. mas estamos trabalhando nisso. na produção também. em relação a própria, apenas esperar. eu queria fazer um comunicado oficial para a população, mas não funciona assim. porque poderia ser diferente do que está sendo. mas não está. e parece descaso. mas não é. é confusão. é atrapalhamento. é escaldamento, por situações passadas. as coisas ruins vão nos moldando. e não deveria ser assim. deveria ser justamente o contrário. as coisas boas deveriam nos moldar. de certa forma, elas também moldam. mas as que realmente causam marcas profundas, são as ruins. e eu queria gritar. queria agir. queria fazer. queria não ter a sombra do jogo. nem tudo é assim. nem todos são assim. Jerry Seinfeld e seus escritores não podem estar certos. seria um mundo cruel e sarcástico demais para se viver. ironias e sarcasmos não fazem bem. o tempo inteiro não. elas são cruéis. muito cruéis. e assim, eu volto ao Januário de Oliveira. que nesse exato momento diria: tá aí o que você queria. o final da postagem.

nota do editor: essa é muito complexa. é muito particular. mas eu apreciei. porque eu falei de inúmeras coisas. do melhor jeito. metaforicamente. eu fui longe e acabei retomando ao início. simples e fácil. fluiu. e ainda criei uma frase que no contexto do texto, por mais redundante que possa parecer, ficou excelente. "em relação a própria." que eu falo sobre relações, utilizando a mesma palavra para dois sentidos totalmente diferentes. eu particularmente achei sensacional. e não estou na fase maníaca. eu sei que não deveria explicar. mas tive vontade demais. a outra passagem interessante foi alegrete. normalmente eu me atrapalho. e atrapalho. que coisa. porque não dar uma dentro? acerta uma Cafu. acerta uma Cafu! só uma! mas tem pessoas que passam pela vida toda, e nunca vão viver isso. e tem gente que desperdiça. mas como diz Tom Cruise em collateral, milhares de galáxias, milhares de planetas, milhares de mundos. pensa que alguém vai notar? ninguém nota. mas ninguém nota. e tudo se resume a um imenso mar de irrelevâncias minimizadas... nobody notice...................................................

Um comentário:

Unknown disse...

Tb 'apreciei'...sempre 'aprecio'...
Beijo
PS: eu queria ser a Willie Cat