quinta-feira, 26 de julho de 2007

agora sim.

dito tudo antes, vou ao assunto que deveria ter pautado o posting logo abaixo desse. ultimamente eu vinha assistindo muito filme ruim. e uma coisa que me deixa profundamente chateado em filmes é quando eles insultam a minha inteligência. e eles insultam a minha inteligência quando as pessoas presentes no filme não fazem as coisas mais óbvias que qualquer ser humano com mais de 30 pontos no teste de quoeficiente de inteligência faria. com menos de 30 pontos, a pessoa possui um retardo mental, e politicamente a chamamos de deficiente mental. e quando eu estou ali, relaxado, vendo um filminho honesto, engraçadinho, e ai o débil mental do protagonista está atarefado e não vai poder cumprir um compromisso que ele agendou com sua noiva, que por sua vez já anda muito da nervosa com outros comportamentos estúpidos dele, e pede para o seu amigo reconhecidamente sem-noção substituí-lo no tal compromisso, já acende uma luz vermelha na minha mente. quando o amigo sem-noção apatifa com tudo, apenas agindo como ele costuma agir a vida toda, e o nosso protagonista fica em maus bocados com a noiva e toda a família dela, eu costumo perder a paciência. porque ele simplesmente não cancelou? nossa, se eu quero ver algo mal feito e irreal, eu ligo na novela das 8. a da record. protagonizada pelo Alexandre Frota.
mas eu comecei a ver um filme bom hoje. eu sabia que seria bom. porque já tinha lido muito sobre ele, e tinham falado muito bem a respeito. claro que isso não garante totalmente, vide caso "O Guia Do Mochileiro Das Galáxias", onde todas as críticas eram favoráveis, e no entanto eu não gostei. mas o de hoje confirmou. o filme é "Mais Estranho Que A Ficção". Will Ferrell numa atuação muito boa fora de comédias pastelão. mas o caso é que esse filme é um daqueles que nos fazem pensar. e é desse lugar-comum que eu comecei a falar na postagem abaixo. pensar em questões relevantes por estimulação de obras ficcionais. mas azar. acontece.
eu não assisti todo o filme. minha mãe estava vendo comigo e ela estava caindo de sono, tadinha. mas até onde eu vi, eu gostei. e muito. e ele me fez pensar em uma coisa. que eu sempre penso na realidade. mas quando está ali na tela, bem feitinho, bem interpretado, colorido e bonitinho, é outra história. o caso é que o protagonista levava uma vida medíocre, apenas cumprindo tarefas. praticamente um programa de computador, que faz tudo igual sempre, da maneira que lhe é indicada. e quantos de nós não vivemos vidas assim? claro que não tão radicalmente assim. mas parem e pensem. o que estamos fazendo? e qual a razão de estarmos fazendo isso e dessa maneira? qual a finalidade? porque devemos seguir o que está estabelecido? quem determinou assim? de novo. a sociedade. sério, a sociedade me irrita em níveis incomensuráveis. uma das minhas melhores amigas, a Anne (que também tem blogue. 2 inclusive. estão ali os links. recomendo.) tinha no perfil dela do orkut essa frase. "Todas as pessoas devem esforçar-se para seguir o que é certo, e não o que está estabelecido" (Aristóteles). e é verdade. é verdade há milhares de anos atrás. e continua sendo verdade hoje. outro filme que me fez pensar muito foi "Encontros E Desencontros". aquele do Bill Murray no Japão. que ele é um ator ds anos 60 que é contratado para fazer um comercial de um whisky japonês. e lá ele encontra uma americana recém casada com um americano fotógrafo. e apesar da diferença de idade, ambos estão vivendo o mesmissímo momento de vida.
ele não vê sentido no seu casamento, sua mulher fala com ele como se falasse com qualquer um, sem nenhum afeto. e está num país diferente, sozinho, onde as pessoas são totalmente diferentes e falam uma língua inintelegível.
ela nota que o seu marido novinho em folha não era bem o que ela esperava. ela se decepciona com ele e começa a se questionar. essa é vida que eu queria? esse é o futuro que eu esperava?
e o momento dos dois é exatamente esse. era isso que queria para a minha vida? e é isso que eu penso incansáveis vezes. eu olho para trás. olho para o presente. e pergunto para mim mesmo: é isso que eu quero? é desse jeito que eu pretendo viver? eu canso de falar pra mim mesmo. não, não é. e por isso que eu sou e me sinto tão infeliz. porque não era assim que eu pretendia viver. e eu não quero isso no meu futuro. não quero viver uma vida pré-determinada pelas convenções. não quero um emprego meia-boca, sem futuro que não me desafie ou me estimule da maneira adequada. não quero viver mais ou menos. eu também canso de me dizer isso. só se vive uma vez. que seja intensa, mesmo que efêmera. para tudo isso ter um sentido, tem que fazer valer a pena. tem que ter significância. amor. intensidade. decepções. altos e baixos. emoções, sobretudo. porque a grande vantagem de ser humano em relação ao resto dos animais é essa. emoções. sensações. a racionalidade eu dispenso. porque ela nos reprime. nos impede. nos protege de arriscar e aumentar nosso dicionário de sentimentos. e se isso não vale a pena, então que todos nós fossemos animais irracionais. pelo menos não mataríamos uns aos outros por dinheiro. nem explodiríamos o mundo.

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