sábado, 14 de julho de 2007

re-lacionamentos.

como é bom escrever com uma trilha sonora apropriada né? mesmo que não se preste muita atenção à música que está tocando, faz uma diferença. um dia escrevo algo sobre música. meio que tentei escolher algumas músicas com alguns significados a mais. enfim. tenho conversado com pessoas. pessoas de verdade, não do msn. e um tema tem sido recorrente. relacionamentos. eu tenho algumas premissas, verdades, princípios... que nada mais são do que pré-conceitos. e todos os pré-conceitos atrapalham. sejam eles bons ou ruins. infelizmente é real. de boas intenções, o inferno está cheio.
algumas das minhas premissas, então.
eu penso que é difícil encontrar alguém. alguém legal. que seja legal no nosso conceito próprio e único de legal. porque por exemplo, tem pessoas que muita gente acha legal, e eu lamentavelmente não suporto. e isso é pessoal. coisas racionais e irracionais. por falar nisso, também há a questão física. tem pessoas muito permissivas e abertas a variados tipos físicos. variados semblantes, desde figurante de seriado mexicano da década de 70 até eficientes aplicadores de sinteko dos anos 2000. no físico entram diversos aspectos, da cor do olho ao calibre circunferencial da cintura. mas essas são questões secundárias, já que a humanidade se pega, e se pega muito. o ponto aqui são as pegadas que não evoluem. tem muita gente reclamando da futilidade dos relacionamentos. da efemeridade das relações. da fina camada de gelo que segura uma pegada direta de um pé na bunda. algumas outras questões parecem ser consenso, ou quase certeza. se nas primeiras pegadas bate, bate. se não bate, pode rebolar em cima do caminhão do corpo de bombeiros que não vai. há dois pontos cruciais. a química e as afinidades. a química é aquela coisa de pele, de tato. de combinar com a pessoa o jeito dela se relacionar animalescamente com outra criatura. e a química não necessariamente vem junto com outras coisas. há casos, e incontáveis, em que a química é a única ligação entre dois seres. pra demonstrar a importância dela. as afinidades... é o jeito de ser da pessoa. as atitudes frente às situações do dia-a-dia. as reações naturais da pessoa. os esquemas utilizados. é bem o que o Alexandre Pires diz em Meu Jeito De Ser: "o meu jeito de ser, era você, era te amar, não era sofrer..." (nossa... um dia eu queria ser romântico assim. mas só por um dia. senão eu ia derreter no sol e virar melado.). e também a realidade de vida, a educação recebida e ensinada, os valores, os objetivos e a capacidade intelectual. porque vamos ser claros e estabelecidos. qualquer grande diferença nesses quesitos, pode esquecer. só dá certo em novela. e esses são os dois pontos cruciais como eu disse antes. se a química não rola, é complicado seguir adiante. e se não existem afinidades, já era. mas apesar disso tudo, as pessoas se pegam. e como se pegam. aliás, eu acho que o objetivo principal do ser humano na terra é pegar o próximo. e o distante também. porque todo mundo absolutamente se pega. até as pessoas lentas. as toupeiras. as burras. as feias. as inteligentes. as bonitas. as gordas. as fortes. as catolicas. as judaicas. as solteiras. as comprometidas. se pegam. e as pessoas namoram. e se casam. muito ainda. só que especificamente nos meios que eu frequento, há cada vez menos pessoas comprometendo-se. apenas metendo-se. é o ponto inicial dessa postagem sem ponto nenhum. as pessoas estão cada vez mais receosas em começar algum relacionamento estabelecido de fato. e não é por terem aumentado o nível de exigência. porque esse cada vez decai mais. creio eu que é uma série de fatores, que vou enunciando aos poucos.
egoísmo. sim, o egoísmo faz parte e está cada vez mais presente na nossa vida. e ele é essencial para a nossa sobrevivência. precisamos pensar em nós. cuidarmos de nós mesmos, pois se não cuidarmos de nós, ninguém o fará. certo. e muita gente tem notado isso e se dado conta disso. é muito claro. um dia tu está com uma pessoa, que faz parte da tua vida, sabe absolutamente tudo sobre as tuas coisas todas, e de uma hora pra outra, ela vira uma desconhecida. e no final das contas, tu fica sozinho. as pessoas que realmente podemos contar são as da nossa família. e mesmo assim, as vezes não dá. e por conta desse egoísmo, não como algo pejorativo e prejudicial, as pessoas estão mais individualistas.
impulsividade. é a doença mais legal que existe. todo mundo tem. acha que tem. já teve. transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. é a impulsividade vestida pra festa. tudo é muito imediato. a paciência é cada vez menos estimulada e exercitada. as relações são cada vez mais intensas. e rápidas. e quando não é assim, não serve, porque eu quero agora, depois não me serve. haja ritalina.
confusão mental. atrapalhação. há a exigência de sucesso, de manter um padrão de vida alto, e de preferência mais alto do que os nossos pais nos dispuseram. e a vida não é bolinho. é cada vez mais difícil. há cada vez mais competição. temos que nos aperfeiçoar mais e mais. e isso demanda tempo. energia mental. energia física. e acaba faltando tempo para o resto. e ainda há a atrapalhação mental que vem em decorrência dessa cobrança. na forma de depressão, stress, uso de drogas, álcool e muitas outras coisas. quem assim vai conseguir começar e manter um relacionamento?
mas mesmo assim, as pessoas namoram. e traem. pra caralho. só pra confirmar a minha teoria da pegação. vocês podem espernear e gritar o quanto quiserem, mas É FATO. 70% das pessoas traem ou já traíram. eu conheço várias pessoas. e sou muito amigo de várias pessoas. e eu afirmo. em quase todos os relacionamentos existe traição. e não podemos julgar as pessoas, porque as coisas ocorrem por motivos. e cada um sabe do seu motivo, da relevância das suas próprias coisas, do momento, da situação... e também tem a natureza de cada um. tem gente que simplesmente não consegue ser fiel. e pessoas por quem a gente botaria um dedinho do pé esquerdo no fogo! cada história mais cabeluda, cada personagem mais inesperado, cada situação mais bizarra que nossa. daria pra escrever um livro.
também, talvez, por isso há menos relacionamentos no mundo. no meu mundo. no meu entorno. que é um mundo pequeno e elitista. mas é o meu meio, o que eu posso fazer...
eu não tenho solução. não tenho respostas. e nem me propus a isso. eu sou um teórico que desenvolve teorias de acordo com o que eu observo. e eu chego a mesma conclusão que eu tenho há muito tempo: tudo passa. as pessoas vem e vão. mas a gente fica. dê o valor a si mesmo. e faça valer esse valor. mantenha os critérios. tenha opiniões sobre as coisas. mantenha elas mesmo que seja o único a tê-las. autenticidade é uma qualidade desaparecida. seja coerente. seja correto de acordo com as suas próprias crenças. empatia. tenha empatia. exerça a empatia. treine a empatia. porque essa é a lei universal do convívio humano. aja de acordo com o que gostaria que agissem contigo. e o resto... é pegação.
(nota do autor: sim, foi meio sério e tal... prometo retornar com o humor, o sarcasmo e a ironia. prometo pra mim mesmo, que é quem me merece explicações.)

Um comentário:

Anônimo disse...

genial, como sempre. otimas teorias... trabalha mais na pratica agora. bju!